quarta-feira, 2 de julho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Artesanato em Braga
Aqui mostro algumas fotos de um artista em particular Manuel Machado, dos seus trabalhos em arame. Por ser algo que me surpreendeu pela positiva.
Aqueles que quizerem saber mais sobre estas peças podem visitar o blogue do artista
quarta-feira, 28 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
O dedo na ferida
A acusação feita por Bob Geldof ao governo de Angola durante a "conferência para o desenvolvimento sustentado" que se realizou em Lisboa deixou meio mundo em polvorosa. Não tanto pelo facto de o mentor do Live Aid ter dito que «Angola é governada por criminosos» (todos o sabem, apesar de poucos se atreverem a afirmá-lo), mas sobretudo pelo local escolhido para o dizer: nem menos que uma iniciativa apadrinhada pelo Banco Espírito Santo, cujos interesses no país de Eduardo dos Santos são conhecidos. A assistência ficou visivelmente incomodada, e seguiu-se o rol de indignações do costume. No coro de protestos não faltaram sequer as vozes de alguns oposicionistas angolanos - e até Bonga, Barceló de Carvalho de seu nome, se juntou às virgens ofendidas, manifestando-se disponível para ajudar a "reprimir qualquer tipo de atitude que vise manchar o país e o desempenho dos seus governantes". Um mimo.
A coragem de Geldof é, obviamente, de aplaudir. Mas valerá igualmente a pena não esquecer todos os que, por cá e nos últimos anos, têm denunciado a cleptocracia dominante de Angola. O meu amigo Fausto Bordalo Dias é um deles, e aproveito para recordar aqui e agora aquilo que disse e ficou registado na entrevista que lhe fiz há três anos para o Contas à Vida:
Não houve independência [de Angola]. Há é uma maior dependência daquele país, porque a independência é qualquer coisa que vem ao encontro da felicidade dos povos, e não o que possa contribuir para a sua infelicidade prolongada. E o pior é que não se vê uma meta que ponha fim a este sofrimento todo, às situações escandalosas de corrupção que toda a gente conhece! É um poder de tal maneira ávido das suas percentagens e negócios que esqueceu o povo! (...) A Angola colonial era mais feliz do que esta! Não posso dizer outra coisa, fui lá ver, com os meus próprios olhos, constatei. Na Angola colonial não vi meninos abandonados porque as mães africanas não abandonam os seus filhos. E agora, o que é que se passa? A guerra acabou! A pacificação em princípio está feita, porque os grupos guerreiros chegaram a acordo, estão quietos; mas sentados na mesma mesa, no mesmo banquete.
Um testemunho de grande actualidade. Para ler e para reflectir.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Acelarar o firefox
1.) network.http.pipelining (tipo boolean) = true
2.) network.http.pipelining.maxrequests (tipo integer) = 32
3.) network.http.proxy.pipelining (tipo boolean) = true
4.) network.http.pipelining.firstrequest (tipo boolean) = true
5.) nglayout.initialpaint.delay = 0
O que você fez:
Habilitando as chaves network.http.pipelining e network.http.proxy.pipelining você permite que seu Firefox faça multiplas requisições, ao servidor web, ao mesmo tempo. A chave network.http.pipelining.maxrequests indica o número máximo de requisições múltiplas que serão enviadas, esse valor pode ser alterado por você para + ou para -, vi comentários que 8 é o valor máximo de requisições que podem ser enviadas ao mesmo tempo,mas... talvez sejam comentários:) Já a chave nglayout.ititialpaint.delay indica o periodo de tempo (em milisegundos), depois do servidor responder, que seu Firefox irá começar a apresentar a página.
Agora é só reiniciar o Firefox e sentir a diferença.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Violência privada
terça-feira, 13 de maio de 2008
300.000 crentes
E hoje não há crise....Há Fátima...
Fátima ao rubro
fonte ironia
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Estou totalmente de acordo
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
Mergulho
Tenho o vaso cheio
de emoções
Entrego-me à paisagem.
Deixo-me imolar pelo fogo
A todo o vapor
Vou de encontro à
Serpentina.
Destilei uma lágrima...pura.
Manuel Machado
Natália Correia
o corpo era de areia.
Ele próprio era o início
do mar que o continuava.
Destino de água salgada
principiado na veia.
E quando as mãos se estenderam
a todo o seu comprimento
e quando os olhos desceram
a toda a sua fundura
teve o sinal que anuncia
o sonho da criatura.
Largou o sonho nos barcos
que dos seus dedos partiam
que dos seus dedos paisagens
países antecediam.
E quando o seu corpo se ergueu
Voltado para o desengano
só ficou tranquilidade
na linha daquele além.
Guardada na claridade
do olhar que a retém.
Natália Correia
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Heresias
Pinto da Costa
Um benfiquista esperto
Apito Final
Pena a nossa justiça não olhar para o processo "casa pia" como olha para o futebol e as suas corrupcões.
Acho que todos os culpados devem ser punidos exemplarmente.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
É assim mesmo
passem por lá e juntem-no aos vossos favoritos
ACORDURTUGRÁFIKU
pedeçe qe num amandeim mais petissoens prássinar
contra o acôrdutugráfico qe numapetesse.
e tamém numapeteçe paçar a iscreber fato eim bês de facto.
iscrêbo cumumapeteçer
e que se fodam os linguistas os académicos maizus patriotas os semiotas e os editores de diçionários aCtualizados.
ANIMÁLE
fonte: animal
quarta-feira, 7 de maio de 2008
ATÉ SEMPRE EUGÉNIO
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.
E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
(Eugénio de Andrade - Adeus)
terça-feira, 6 de maio de 2008
O Drummond é que tinha razão...
A bunda que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
rebunda.
Carlos Drummond de Andrade
Sabem como se cria um deputado
Como se cria um deputado (vale para suplente também), presidente câmara ou vereador:
- 1 nota de euro
- 1 colher de sopa de corrupção
- 1 dose de falta de carácter
- 1 dose de ganância
- 1 pedaço médio de cara de pau
- 1 pitada de merda
Coe tudo para tirar qualquer restinho de ética, acrescente fermento à vontade
Fechem os Hipermercados
Então o nosso "Clero" quer que as grandes superficies comerciais encerrem ao fim de semana, não sei como vão conseguir manter aberta a sua gigantesca superficie.
domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
Ai cruzes....
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Na primeira " Pessoa "
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstractas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota. Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia. Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma,
onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos Da ilusão final, Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido, As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infãncia pavorosamente perdida... Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui... Eu?
Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei, E aqui tornei a voltar, e a voltar. E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram, Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim? Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha. Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -, Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico, E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim - Um bocado de ti e de mim!...
Álvaro de Campos
domingo, 27 de abril de 2008
Drummond
Carlos Drummond de Andrade |
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.